Povos de Terreiro querem políticas públicas específicas para o segmento
Povos de Terreiros de toda a Bahia estarão reunidos, de 15 a 17 de outubro, em Salvador para discutir e elaborar as políticas públicas de que precisam. Este é um dos objetivos do primeiro Seminário Estadual de Cidadania dos Povos de Terreiro, que acontece no Hotel Sol Bahia, em Patamares. A iniciativa é da Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes), através do Programa de Desenvolvimento Social de Povos e Comunidades Tradicionais (PPCT), protagonista no conjunto de ações reparatórias dos segmentos tradicionais, negligenciados durante toda a história do Brasil. A expectativa é de que pelo menos 60 lideranças religiosas participem do evento.
Reparação - A realização do seminário para povos de terreiro é o primeiro de uma série voltada aos povos e comunidades tradicionais da Bahia. O princípio da ação é de que o poder público ainda acumula enorme dívida com os segmentos. "Precisamos orientar e sensibilizar os gestores e servidores públicos sobre os direitos desses povos exercerem suas peculiaridades. Nada melhor que contar com eles mesmos para a construção desse reconhecimento institucional em política de Estado", disse a superintendente de Assistência Alimentar da Sedes, Ana Torquato.
A coordenadora do Programa de Desenvolvimento Social de Povos e Comunidades Tradicionais da Sedes, Ana Placidino, explicou o objetivo dos seminários é cumprir três eixos: o fortalecimento institucional, tanto do governo estadual, como das redes de povos e comunidades tradicionais na Bahia, o acesso desses segmentos às políticas públicas e aos programas, ações e projetos do governo de forma ampla e a inclusão produtiva de, no mínimo, 75% dos povos e comunidades tradicionais.
Empoderamento - Muitos assuntos serão discutidos durante o seminário de povos de terreiro, como a intolerância religiosa, o racismo e outras formas de preconceito institucionalizadas. "O que nós temos conseguido é através de muita luta e garra. As pessoas de meu tempo sabem o quanto sofremos de humilhação. Tínhamos de esconder que éramos do Candomblé para não sermos perseguidos", disse a Mameto kya Nkisi ("Mãe de Santo", em Batu) Zulmira França, se referindo ao preconceito oficializado, que promoveu uma severa criminalização e perseguição policial nas três primeiras décadas do século XX contra os terreiros de candomblé. Segundo estudiosos da história do Povo de Santo na Bahia, essa foi uma determinação institucional declarada de eliminar da cultura baiana qualquer marca ou manifestação de africanidade. "Apesar de ainda existir manifestações de intolerância contra a nossa religião, hoje podemos dizer o que somos", considerou.
Assim como Zulmira França, outras lideranças e seguidores religiosos estarão no evento para traçar políticas que combatam a invisibilidade e a intolerância contra os povos de terreiro e que estas marcas não façam mais parte da história da Bahia.
O Programa - O Programa Povos e Comunidades Tradicionais tem o objetivo de garantir a inclusão social das comunidades tradicionais a partir do incentivo à produção de alimentos e geração de renda. Um dos principais parceiros é o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). São contemplados quilombolas, indígenas, população ribeirinha e de fundos e fechos de pastos, que se encontram em evidente situação de exclusão social e precariedade de vida. Esse quadro está expresso nos indicadores nutricionais dessas populações e na falta de acesso aos direitos sociais básicos, como saúde, educação, assistência social e alimentação.
Povos de Terreiros de toda a Bahia estarão reunidos, de 15 a 17 de outubro, em Salvador para discutir e elaborar as políticas públicas de que precisam. Este é um dos objetivos do primeiro Seminário Estadual de Cidadania dos Povos de Terreiro, que acontece no Hotel Sol Bahia, em Patamares. A iniciativa é da Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes), através do Programa de Desenvolvimento Social de Povos e Comunidades Tradicionais (PPCT), protagonista no conjunto de ações reparatórias dos segmentos tradicionais, negligenciados durante toda a história do Brasil. A expectativa é de que pelo menos 60 lideranças religiosas participem do evento.
Reparação - A realização do seminário para povos de terreiro é o primeiro de uma série voltada aos povos e comunidades tradicionais da Bahia. O princípio da ação é de que o poder público ainda acumula enorme dívida com os segmentos. "Precisamos orientar e sensibilizar os gestores e servidores públicos sobre os direitos desses povos exercerem suas peculiaridades. Nada melhor que contar com eles mesmos para a construção desse reconhecimento institucional em política de Estado", disse a superintendente de Assistência Alimentar da Sedes, Ana Torquato.
A coordenadora do Programa de Desenvolvimento Social de Povos e Comunidades Tradicionais da Sedes, Ana Placidino, explicou o objetivo dos seminários é cumprir três eixos: o fortalecimento institucional, tanto do governo estadual, como das redes de povos e comunidades tradicionais na Bahia, o acesso desses segmentos às políticas públicas e aos programas, ações e projetos do governo de forma ampla e a inclusão produtiva de, no mínimo, 75% dos povos e comunidades tradicionais.
Empoderamento - Muitos assuntos serão discutidos durante o seminário de povos de terreiro, como a intolerância religiosa, o racismo e outras formas de preconceito institucionalizadas. "O que nós temos conseguido é através de muita luta e garra. As pessoas de meu tempo sabem o quanto sofremos de humilhação. Tínhamos de esconder que éramos do Candomblé para não sermos perseguidos", disse a Mameto kya Nkisi ("Mãe de Santo", em Batu) Zulmira França, se referindo ao preconceito oficializado, que promoveu uma severa criminalização e perseguição policial nas três primeiras décadas do século XX contra os terreiros de candomblé. Segundo estudiosos da história do Povo de Santo na Bahia, essa foi uma determinação institucional declarada de eliminar da cultura baiana qualquer marca ou manifestação de africanidade. "Apesar de ainda existir manifestações de intolerância contra a nossa religião, hoje podemos dizer o que somos", considerou.
Assim como Zulmira França, outras lideranças e seguidores religiosos estarão no evento para traçar políticas que combatam a invisibilidade e a intolerância contra os povos de terreiro e que estas marcas não façam mais parte da história da Bahia.
O Programa - O Programa Povos e Comunidades Tradicionais tem o objetivo de garantir a inclusão social das comunidades tradicionais a partir do incentivo à produção de alimentos e geração de renda. Um dos principais parceiros é o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). São contemplados quilombolas, indígenas, população ribeirinha e de fundos e fechos de pastos, que se encontram em evidente situação de exclusão social e precariedade de vida. Esse quadro está expresso nos indicadores nutricionais dessas populações e na falta de acesso aos direitos sociais básicos, como saúde, educação, assistência social e alimentação.
Fonte: http://www.palmares.gov.br/