sábado, 31 de outubro de 2009
Morre Neguinho do Samba, inventor do samba-reggae
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Convocatória da II Plenária de Mobilização da I Caminhada Nacional pela Vida e Liberdade Religiosa
Data: 05/10/2009
Horário: 17 h
Local: Rua Drumond, 65 - Olaria - Rio de Janeiro - RJ
Conforme carta de Salvador, a caminhada nacional foi deliberada na plenária de Salvador de 2008, formalizada por este documento pelas entidades, dela signatárias.
A programação esta prevista para acontecer de 18 à 22 novembro de 2009, em Salvador e contempla a o preparo da cidade para receber a caminhada com a cerimônia dos ojas(amarra àrvores da cidade com ojas), dois dias de seminário e a caminhada.
A caminhada deste ano tem como meta preparar a carta da caminhada nacional a ser levada, na programação da caminhada de 2010, rumo à Brasília, um documento reivindicatório do povo de santo à/ao proxim@ chefe da nação brasileira.
Informamos que a primeira plenária cuido de informar os sindicatos parceiros que disponibilizaram à verificar a possibilidade de viabilizar ônibus para deslocamente, bem como levantamento de hos´pedagem solidária!
Nesta segunda e última reunião, a pauta propsota pelas coordenadoras da mobilização no Rio de Janeiro Gaiaku Deusimard'Lissa e Iya Iva d'Oxum estarão fechando a listagem de pessoas e fazendo o preenchimento da ficha do Seminário para envio prévio à organização Nacional
Nosso cordial Axé!
Pela Comissão Organizadora Nacional
Dolores Lima
CETRAB
CETRAB – Centro de Tradições Afro-Brasileiras
O CETRAB – Centro de Tradições Afro-Brasileiras* é uma Entidade de Beneficente de Assistência Sócio Cultural, sem fins lucrativos, fundado em 14 de janeiro de 2000, com atuação desde 1994. É regido por seu estatuto, registrado no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas sob a matrícula nº 179.919 e no CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas sob o nº 03.643.652/0001-32.
Missão
“Contribuir com o resgate e a preservação da cultura das Tradições Afro-Brasileiras, em busca de descobertas e a elevação crescente do espírito do ser humano; além da prestação de serviços sociais e tudo o mais que concerne ao pleno exercício dos direitos do cidadão.”
Visão
Uma sociedade justa não espelha discriminações.
Valores
Solidariedade
Coletividade
Justiça
Equidade
Para execução de suas finalidades, coordena ações integradas de:
a) planejamento, organização, coordenação execução de eventos, cursos e atividades de treinamento ligados a cultura de povos antigos e desaparecidos;
b) promoção e estimulaçção de pesquisas e estudos da Cultura Afro-Brasileira, Oriental, Científica e também das Terapias Alternativa;
c) contribuição para a formação social Brasileira, promovendo e patrocinando a atividade acadêmica, e o desenvolviento social através de ações comunitárias;
d) divulgação e difusão de materiais relacionados com as atividades afins;
e) prestar serviços ou cooperar tecnicamente com entidades públicas ou privadas, no que concernir estritamente aos seus fins;
f) manutenção de intercâmbio com Instituições da mesma natureza, no Município, no Estado, no País e no Exterior.
Histórico
Desde 1994, o Presidente Fundador e Idealizador, Sr Marcelo dos Santos Monteiro, enquanto Sacerdote do Culto de Orixá no Brasil, iniciou o Curso Afro-Brasileiro de Toques, Cânticos e Danças, que foi, ao longo do tempo, ministrado na UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, na COMCAN – Congregação Mineira de Candomblés com sede em Belo Horizonte – MG, além de várias Instituições de Culto e Cultura dentro do Estado do Rio de Janeiro, levando-o a participar e contribuir com entidades afins, prestando orientação e apresentando a Companhia de Dança montada pelos alunos do Curso Gbara Omo Orisa.
Através de estudos e pesquisas iniciou-se a elaboração de material escrito e fonográfico na busca de contribuir com o resgate, valorização e preservação da Cultura Afro-Brasileira.
A fundação do CETRAB amplia ações afirmativas e se volta hoje para a organização interna das Comunidades de Terreiro.
O CETRAB – Centro de Tradições Afro-Brasileiras faz parte da Comissão Executiva da 1ª Caminhada Nacional do Povo de Santo.
Reúna o seu Terreiro, sua Família e seus Amigos
e venha fazer parte dessa história!
Esperamos você lá!
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Estreia um filme que defende nossa cultura negra: "Besouro" e outros bichos
Este filme, "Besouro", de João Daniel Tikhomiroff, surge num momento de "passagem" do cinema brasileiro. Vivemos divididos entre um cinema de autor e um cinema de mercado, entre um cinema que queremos fazer e um cinema que deveríamos fazer. Com a vitória do mercado como deus único, o desejo de significar alguma coisa de importante para o cinema ou para a cultura virou quase um desvio da norma.
Há alguns anos, começaram a vir para cá famosos "script-doctors". Syd Field era um deles; as regras de ouro de Hollywood passaram a ser ensinadas aos diretores do país, como axiomas, dogmas a serem cumpridos sob pena do fracasso. Leis brancas para filmes mestiços, leis de senhores para serem obedecidas: o mocinho, o bandido, o bem, o mal, a redenção final obrigatória. Sumiram os resquícios de zelo dos produtores dos anos de ouro; tudo ficou muito frio, muito bruto.
Há pouco tempo, um executivo declarou que não é mais necessário que o autor tenha amor ao cinema; ao contrário, isso até atrapalharia. Quem filma agora são os produtores.
No filme "Besouro" há alguma coisa parecida com filmes da década de 60, do surgimento do Cinema Novo - o cinema livre dos estúdios, dos arcos voltaicos, o cinema ao sol, ao vento, ao sal, a câmera denunciando injustiças como uma arma, a impaciência com o cinema psicológico, a pele nua contra o figurino, a câmera voadora, movente como um "besouro".
Apesar do som Dolby, da "féerie" tecnológica de "Besouro", lembrei por instantes de filmes como "Barravento" (também na Bahia) ou "A Grande Feira" ou "Ganga Zumba".
A ação se passa em Santo Amaro da Purificação, município do Recôncavo onde nasceu a lenda do capoeirista, no começo da década de 20 do século passado.
Ali, a comunidade de negros tenta se livrar do passado recente - pouco mais de 20 anos desde a abolição da escravidão - e em muitos lugares o trabalho assalariado dos negros e a discriminação permanente não eram muito diferentes do regime escravista.
"Besouro" surge em meio a outros filmes brasileiros, a outros bichos que voam mais baixo, buscando o sucesso comercial tecnicamente programado em computador - o espectador manipulado como num videogame.
Assim como o cinema de estúdio norte-americano era filho do teatro, o Cinema Novo era filho do documentário. "Besouro" sai dessa mesma toca, do desejo de entender o país um pouco mais e da vontade de romper com a linguagem obrigatória do cinema programado. Depois de décadas de publicidade, acho que João Daniel queria ar, voar.
"Besouro" é um filme de ruptura com as regras obrigatórias e também com a própria experiência em propaganda. (Eu já fiz muitos "comerciais" - vivi disso 15 anos - e sei como é; dá vontade de explodir os gabinetes de clientes escrotos; eu fiz um filme em que o cliente nos obrigou a apagar a favela da Rocinha ao fundo dos prédios em lançamento...).
"Besouro" tem uma ideia na cabeça: mostrar a dificuldade de individuação dos homens pobres (mais que negros) através de uma cultura que não chegou pelas caravelas, mas nos navios negreiros. Assim, mostra que o escravismo não cessou com a abolição e também que o racismo vai mais além da pele - se estende a tudo que é "diferente". A fortaleza cultural dos pobres inquieta os capatazes da cultura oficial.
Momentos que podem parecer desvios de narrativa denotam o desejo de partir para a "fábula". Só a fábula dá conta de situações além da pura psicologia realista; só a fábula pula por cima do princípio, meio, fim e do "happy end" simplista.
Recentemente, foram feitos filmes (bons) sobre a miséria, a injustiça social, mas faltavam trabalhos sobre as ameaças à cultura. Existe no Brasil uma grave injustiça antropológica também - não apenas política ou policial. "Besouro" denuncia como a religião afro-brasileira é sabotada por canalhas e exploradores da religião católica ou evangélica. Na Bahia, ainda hoje querem identificar o candomblé com o diabo, aos poucos carcomendo o que havia de mais belo na mais bela de nossas crenças.
Em vez de um Deus ameaçador ou desse recente "deus de mercado" que compra almas pelos dízimos, o candomblé é múltiplo, vê os vários ângulos da personalidade humana; é uma religião "material", com deuses que amam, matam, transam, se vingam, protegem, tudo ligado ao ventre da natureza. Muitos deuses são melhores que um só: mais democráticos.
Não é por acaso que o personagem do Besouro vai fazer sua formação na mata virgem; lá ele fica perto dos animais, do sapo, das cobras, dos besouros; e lá ele domina como um aprendiz "zen" as técnicas de vencer os inimigos, mas também de recivilizar a corrupta e cruel sociedade do latifúndio e do escravismo, do racismo e da exploração sexual das cativas, de transformar o mundo num lugar próximo à raiz da vida natural.
Quem são os poderosos que o Besouro enfrenta? Só fazendeiros e capatazes cruéis? Não. No estilo do filme, nos voos de câmera, no tempo indeterminado e transiente, no ar, no sol, o filme mostra que quer esquecer o individualismo de enredos de pequenos burgueses em crise. Assim, ele vai até a alegoria épica, chega a usar os deuses misturados na trama dos homens, como numa odisseia negra.
Ao lado de Besouro se encontram os orixás, que lhe dão poderes - como voar e ter o "corpo fechado" - e a arte de uma capoeira mágica... Um dos grande momentos é o surgimento de Exu como protetor didático, de Oxum, carinhosa e maternal, ou de Iansã, protegendo o herói guerreiro ao final.
João Daniel fez um filme épico, contra a corrente realista de hoje, com uma fotografia excepcional também do equatoriano Enrique Chediak, com direção de arte de Cláudio Amaral Peixoto e ótimos figurinos de Bia Salgado.
O besouro é um bicho feito para não voar; mas voa. O filme também.
Fonte: O Tempo
Livro sobre lendas da Umbanda gera polêmica em escola no Rio
A polêmica arde na Escola Municipal Pedro Adami, em Macaé, a 192 km do Rio, onde Maria Cristina dá aulas de Literatura Brasileira e Redação. A Secretaria de Educação de lá abriu sindicância e, como não houve acordo entre as partes, encaminhou o caso à Procuradoria-Geral de Macaé, que tem até sexta-feira para emitir parecer. Em nota, a secretaria informou que "a professora envolvida está em seu ambiente de trabalho, lecionando junto aos alunos de sua instituição".
A professora confirmou ontem que voltou a lecionar. "Voltei, mas fui proibida até por mães de alunos, que são evangélicas, de dar aula sobre a África. Algumas disseram que estava usando a religião para fazer magia negra e comercializar os órgãos das crianças. Me acusaram de fazer apologia do diabo!", contou Maria Cristina.
Sacerdotisa de Umbanda, a professora se disse vítima de perseguição: "há sete anos trabalho na escola e nunca passei por tanta humilhação. Até um provérbio bíblico foi colocado na sala de professores, me acusando de mentirosa".
Negro, pós-graduado em ensino da História e Cultura Africana e Afro-Brasileira, o diretor-adjunto Sebastião Carlos Menezes aguardará a conclusão da procuradoria para opinar. "Só posso lhe adiantar que a verdade vai prevalecer", comentou. Pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, Sebastião contou que a diretora Mery Lice da Silva Oliveira é evangélica da Igreja Batista.
Até cinco anos de prisão
"Se houver preconceito de religião, acredito que deva ser aplicado todo o rigor da lei", afirmou o coordenador de Direitos Humanos do Ministério Público (MP), Marcos Kac. O crime de intolerância religiosa prevê reclusão de até 5 anos. Em caso de injúria, a pena varia de 3 meses a 2 anos de prisão. O MP poderá entrar com ação pública penal se comprovar a intolerância religiosa. "Caso contrário envia à delegacia para inquérito", explicou Kac.
Em 180 páginas, o livro Lendas de Exu, da Editora Pallas, traz informações sobre uma das principais divindades da cultura afro-brasileira. O autor da obra, Adilson Martins, remete ao folclórico Saci Pererê para explicar as traquinagens e armações de Exu.
Na introdução, Martins diz que ele é "um herói como tantos outros que você conhece". Em Macaé, 35 alunos do 7º ano do Ensino Fundamental leram o livro.
Nas religiões afro-brasileiras, Exu é o mensageiro entre o céu e a terra, com liberdade para circular nas duas esferas. Por isso, algumas pessoas acabam o relacionando a Lúcifer.
O presidente da Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, Ivanir dos Santos, garantiu que outros autores de livros, como Jorge Amado e Machado de Assis, sofrem discriminação nas escolas: "as ideias neopentecostais vêm crescendo muito, desrespeitando a lei".
Ivanir explicou que o avanço da discriminação religiosa provocou o agendamento de um encontro, dia 12 de novembro, com a CNBB: "objetivo é formar uma mesa histórica sobre os cultos afro e estabelecer uma agenda comum".
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Debate marca Dia Nacional de Mobilização Pró-Saúde da População Negra
Em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional, Tatiana Nascimento dos Santos, integrante do fórum, falou sobre a pauta do encontro. “Uma das preocupações deste ano é discutir o racismo institucional. Tal fator está ligado à herança histórica de escravização, deixando a população negra fora do acesso aos principais bens da sociedade, como saúde e moradia”, explicou.
Segundo Tatiana, os negros representam 49% da população do Distrito Federal e mesmo com grande representatividade social, ainda há um despreparo no atendimento médico dessa população, principalmente das mulheres.
“Ainda existem conceitos errôneos ligados ao racismo, como, por exemplo, mulheres negras não sentem dor. O resultado disso é que na hora de realizar intervenções cirúrgicas, nós, mulheres negras, recebemos menos anestesia que mulheres brancas. Além disso, quando fazemos consultas ginecológicas somos menos tocadas e, com isso, muitas doenças não são diagnosticadas”, argumenta.
A legalização do aborto será outro assunto abordados no encontro. Tatiana Nascimento informa que atualmente há cerca de 1 milhão de abortos clandestinos no Brasil, dos quais 400 mil resultam na morte da mãe - a maioria negra e jovem. Ela reconhece que a falta de acesso à informação ainda é fator determinante.
Salubá!
Cores: Anil, Branco e Roxo
Símbolo: Bastão de hastes de palmeira (Ibiri)
Elemento: Terra, Água, Lodo
Domínios: Vida e Morte, Saúde e Maternidade
Saudação: Salubá!
Nanã, a deusa dos mistérios, é uma divindade de origem simultânea à criação do mundo, pois quando Odudua separou a água parada, que já existia, e liberou do “saco da criação” a terra, no ponto de contacto desses dois elementos formou-se a lama dos pântanos, local onde se encontram os maiores fundamentos de Nana.
Senhora de muitos búzios, Nana sintetiza em si morte, fecundidade e riqueza. O seu nome designa pessoas idosas e respeitáveis e, para os povos Jeje, da região do antigo Daomé, significa “mãe”. Nessa região, onde hoje se encontra a República do Benin, Nana é muitas vezes considerada a divindade suprema e talvez por essa razão seja frequentemente descrita como um orixá masculino.
Sendo a mais antiga das divindades das águas, ela representa a memória ancestral do nosso povo: é a mãe antiga (Iyá Agbà) por excelência. É mãe dos orixás Iroko, Obaluaiê e Oxumaré, mas por ser a deusa mais velha do candomblé é respeitada como mãe por todos os outros orixás.
A vida está cercada de mistérios que ao longo da História atormentam o ser humano. Porém, quando ainda na Pré-História, o homem se viu diante do mistério da morte, em seu âmago irrompeu um sentimento ambíguo. Os mitos aliviavam essa dor e a razão apontava para aquilo que era certo no seu destino.
A morte faz surgir no homem os primeiros sentimentos religiosos, e nesse momento Nana faz-se compreender, pois nos primórdios da História os mortos eram enterrados em posição fetal, remetendo a uma ideia de nascimento ou renascimento. O homem primitivo entendeu que a morte e a vida caminham juntas, entendeu os mistérios de Nana.
Nana é o princípio, o meio e o fim; o nascimento, a vida e a morte.
Ela é a origem e o poder. Entender Nana é entender o destino, a vida e a trajectória do homem sobre a terra, pois Nana é a História. Nana é água parada, água da vida e da morte.
Nana é o começo porque Nanã é o barro e o barro é a vida. Nana é a dona do axé por ser o orixá que dá a vida e a sobrevivência, a senhora dos ibás que permite o nascimento dos deuses e dos homens.
Nana pode ser a lembrança angustiante da morte na vida do ser humano, mas apenas para aqueles que encaram esse final como algo negativo, como um fardo extremamente pesado que todo o ser carrega desde o seu nascimento. Na verdade, apenas as pessoas que têm o coração repleto de maldade e dedicam a vida a prejudicar o próximo se preocupam com isso. Aqueles que praticam boas acções vivem preocupados com o seu próprio bem, com a sua elevação espiritual e desejam ao próximo o mesmo que para si, só esperam da vida dias cada vez melhores e têm a morte como algo natural e inevitável. A sua certeza é a imortalidade da sua essência.
Nana, a mãe maior, é a luz que nos guia, o nosso quotidiano. Conhecer a própria vida e o próprio destino é conhecer Nana, pois os fundamentos dos orixás e do Candomblé estão ligados à vida. A nossa vida é o nosso orixá.
É na morte, condição para o renascimento e para a fecundidade, que se encontram os mistérios de Nana. Respeitada e temida, Nana, deusa das chuvas, da lama, da terra, juíza que castiga os homens faltosos, é a morte na essência da vida.
Características dos filhos de Nana Burukú
Os filhos de Nana são pessoas extremamente calmas, tão lentas no cumprimento das suas tarefas que chegam a irritar. Agem com benevolência, dignidade e gentileza. As pessoas de Nana parecem ter a eternidade à sua frente para acabar os seus afazeres; gostam de crianças e educam-nas com excesso de doçura e mansidão, assim como as avós. São pessoas que no modo de agir e até fisicamente aparentam mais idade.
Podem apresentar precocemente problemas de idade, como tendência a viver no passado, de recordações, apresentar infecções reumáticas e problemas nas articulações em geral.
As pessoas de Nana podem ser teimosas e “ranzinzas”, daquelas que guardam por longo tempo um rancor ou adiam uma decisão. Porém agem com segurança e majestade. As suas reacções bem equilibradas e a pertinência das suas decisões mantêm-nas sempre no caminho da sabedoria e da justiça.
Embora se atribua a Nana um carácter implacável, os seus filhos têm grande capacidade de perdoar, principalmente as pessoas que amam. São pessoas bondosas, decididas, simpáticas, mas principalmente respeitáveis, um comportamento digno da Grande Deusa do Daomé.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Quilombo Axé
Afoxé Oyá Alaxé - Entidade Social, Artística, Cultural e Religiosa Afro descendente - têm como objetivo vivenciar, pesquisar, catalogar, desenvolver e divulgar atividades relacionadas à afro-brasilidade, mais precisamente a afro-descendência pernambucana, sejam elas informações de âmbito cultural, social, educacional, psico-pedagógica, artísticas e religiosa. Procura proporcionar a todos espectadores um valioso acervo que visa resgatar a memória das nossas etnias afros que constituiram o nosso povo, dos nossos ancestrais e o vinculo do Brasil com os povos que também tiveram influência das tradições Nagô, valorizando as nossas heranças enquanto ser habitante e pensante desse grande planeta, que educa, que sociabiliza, que humaniza, que é natureza... e é o Divino. Axé!
Música: Quilombo Axé
Autoria da música: Zumbi Bahia
Produção do clipe: Zumbayllu
domingo, 25 de outubro de 2009
Fórum Nacional da Religiosidade Afro-Brasileira é um marco na história político-religiosa do país
O passo seguinte foi a proposta da criação do Forum Nacional da Religiosidade Afro-Brasileira que surgiu durante a consulta religiosa promovida pela Seppir e só foi se constituir como algo real e concreto na histórica reunião conduzida por Mãe Beata de Yemonjá e Mãe Sylvia de Oxalá, com todas as lideranças religiosas presentes à II Conferência Nacional da Igualdade Racial, em Brasilia, no mês de junho de 2009.
A I Caminhada Nacional Pela Vida e Liberdade Religiosa ocorrerá em fins de novembro, em Salvador, BA. No entanto, a previsão é que a II Caminhada Nacional já ocorra em Brasilia, em 2010, provavelmente na mesma data, já visando constituir diálogos com o novo ou nova presidente eleito ou eleita.
Jornalista, Coordenador Nacional de Política Institucional do CEN
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Seminário Internacional "Políticas de Acautelamento do IPHAN para Templos de Culto Afro-Brasileiros"
Ministro visita Templos Afro Brasileiros
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Oxóssi: Òké Aro!!! Arolé!
COR: Azul-Turquesa
SÍMBOLOS: Ofá (arco), Damatá (flecha), Erukeré
ELEMENTO: Terra (florestas e campos cultiváveis)
DOMÍNIOS: Caça, Agricultura, Alimentação e Fartura
SAUDAÇÃO: Òké Aro!!! Arolé!
Oxóssi (Òsóòsi) é o deus caçador, senhor da floresta e de todos os seres que nela habitam, orixá da fartura e da riqueza. Actualmente, o culto a Oxóssi está praticamente esquecido em África, mas é bastante difundido no Brasil, em cuba e em outras partes da América onde a cultura iorubá prevaleceu. Isso deve-se ao facto de a cidade de Kêtu, da qual era rei, ter sido destruída quase por completo em meados do século XVIII, e os seus habitantes, muitos consagrados a Oxossi, terem sido vendidos como escravos no Brasil e nas Antilhas. Esse facto possibilitou o renascimento de Kêtu, não como estado, mas como importante nação religiosa do Candomblé.
Oxóssi é o rei de Kêtu, segundo dizem, a origem da dinastia. A Oxóssi são conferidos os títulos de Alakétu, Rei, Senhor de Kêtu, e Oníìlé, o dono da Terra, pois em África cabia ao caçador descobrir o local ideal para instalar uma aldeia, tornando-se assim o primeiro ocupante do lugar, com autoridade sobre os futuros habitantes. É chamado de Olúaiyé ou Oni Aráaiyé, senhor da humanidade, que garante a fartura para os seus descendentes.
Na história da humanidade, Oxóssi cumpre um papel civilizador importante, pois na condição de caçador representa as formas mais arcaicas de sobrevivência humana, a própria busca incessante do homem por mecanismos que lhe possibilitem se sobressair no espaço da natureza e impor a sua marca no mundo desconhecido.
A colecta e a caça são formas primitivas de busca de alimento, são os domínios de Oxóssi, orixá que representa aquilo que há de mais antigo na existência humana: a luta pela sobrevivência. Oxóssi é o orixá da fartura e da alimentação, aquele que aprende a dominar os perigos da mata e vai em busca da caça para alimentar a tribo. Mais do que isso, Oxóssi representa o domínio da cultura (entendendo a flecha como utensílio cultural, visto que adquire significados sociais, mágicos, religiosos) sobre a natureza.
Astúcia, inteligência e cautela são os atributos de Oxóssi, pois, como revela a sua história, esse caçador possui uma única flecha, por tanto, não pode errar a presa, e jamais erra. Oxóssi é o melhor naquilo que faz, está permanentemente em busca da perfeição.
Em África, os caçadores que geralmente são os únicos na aldeia que possuem as armas, têm a função de salvar a tribo, são chamados de Oxô, que significa guardião. Oxóssi também foi um Òsó, mas foi um guardião especial, pois salvou seu povo do terrível pássaro das Iyá-Mi.
Outras histórias relacionadas com Oxóssi apontam-no como irmão de Ogum. Juntos, eles dominaram a floresta e levaram o homem à evolução. Além de irmão, Oxóssi é grande amigo de Ogum – dizem até que seria seu filho, e onde está Ogum deve estar Oxóssi, as suas forças completam-se e, unidas, são ainda mais imbatíveis.
Oxóssi mantém estreita ligação com Ossaim (Òsanyìn), com quem aprendeu o segredo das folhas e os mistérios da floresta, tornou-se um grande feiticeiro e senhor de todas as folhas, mas teve que se sujeitar aos encantamentos de Ossaim.
A história mostra Oxóssi como filho de Iemanjá, mas a sua verdadeira mãe, segundo o mais antigos, é Apaoká a jaqueira, que vem a ser uma das Iyá-Mi, por isso a intimidade de Oxóssi com essa árvore.
A rebeldia de Oxóssi é algo latente na sua história. Foi desobedecendo às interdições que Oxóssi se tornou orixá.
Tal como Xangô, Oxóssi é um orixá avesso à morte, porque é expressão da vida. A Oxóssi não importa o quanto se viva, desde que se viva intensamente. O frio de Ikú (a morte) não passa perto de Oxóssi, pois ele não acredita na morte.
Características dos filhos de Oxóssi
Os filhos de Oxóssi são pessoas de aparência calma, que podem manter a mesma expressão quando alegres ou aborrecidas, do tipo que não exterioriza as suas emoções, mas não são, de forma alguma, pessoas insensíveis, só preferem guardar os sentimentos para si.
São pessoas que podem parecer arrogantes e prepotentes, e às vezes são. Na realidade, os filhos de Oxóssi são desconfiados, cautelosos, inteligentes e atentos, seleccionam muito bem as amizades, pois possuem grande dificuldade em confiar nas pessoas. Apesar de não confiarem, são pessoas altamente confiáveis, das quais não se teme deslealdade; são incapazes de trair até um inimigo. Magoam-se com pequenas coisas e quando terminam uma amizade é para sempre.
São do tipo que ouve conselhos com atenção, respeita a opinião de todos, mas sempre faz o que quer. Com estratégia, acabam por fazer prevalecer a sua opinião e agradando a todos.
Altos e magros, os filhos de Oxóssi possuem facilidade para se mover, mesmo entre obstáculos. O seu andar possui leveza e elegância. A sua presença é sempre notada, mesmo que não façam nada para isso acontecer.
Os filhos de Oxóssi gostam de solidão, isolam-se, ficam à espreita, observam atentamente tudo que se passa à sua volta. Curiosos, percebem as coisas com rapidez, são introvertidos e discretos, vaidosos, distraídos e prestativos, comportamento típico de um caçador, provedor do seu povo.
domingo, 18 de outubro de 2009
Convocatória da Plenária de Mobilização da I Caminhada Nacional pela Vida e Liberdade Religiosa
Data: 19/10/2009
Horário: 17 h
Local: Rua Drumond, 65 - Olaria - Rio de Janeiro - RJ
Conforme carta de Salvador, a caminhada nacional foi deliberada na plenária de Salvador de 2008, formalizada por este documento pelas entidades, dela signatárias.
A programação esta prevista para acontecer de 18 à 22 novembro de 2009, em Salvador e contempla a o preparo da cidade para receber a caminhada com a cerimônia dos ojas(amarra àrvores da cidade com ojas), dois dias de seminário e a caminhada.
A caminhada deste ano tem como meta preparar a carta da caminhada nacional a ser levada, na programação da caminhada de 2010, rumo à Brasília, um documento reivindicatório do povo de santo à/ao proxim@ chefe da nação brasileira.
Nosso cordial Axé!
Pela Comissão Organizadora Nacional
Dolores Lima
CETRAB
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
I Seminário de Desenvolvimento Sustentável de Povos de Terreiro
Povos de Terreiros de toda a Bahia estarão reunidos, de 15 a 17 de outubro, em Salvador para discutir e elaborar as políticas públicas de que precisam. Este é um dos objetivos do primeiro Seminário Estadual de Cidadania dos Povos de Terreiro, que acontece no Hotel Sol Bahia, em Patamares. A iniciativa é da Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes), através do Programa de Desenvolvimento Social de Povos e Comunidades Tradicionais (PPCT), protagonista no conjunto de ações reparatórias dos segmentos tradicionais, negligenciados durante toda a história do Brasil. A expectativa é de que pelo menos 60 lideranças religiosas participem do evento.
Reparação - A realização do seminário para povos de terreiro é o primeiro de uma série voltada aos povos e comunidades tradicionais da Bahia. O princípio da ação é de que o poder público ainda acumula enorme dívida com os segmentos. "Precisamos orientar e sensibilizar os gestores e servidores públicos sobre os direitos desses povos exercerem suas peculiaridades. Nada melhor que contar com eles mesmos para a construção desse reconhecimento institucional em política de Estado", disse a superintendente de Assistência Alimentar da Sedes, Ana Torquato.
A coordenadora do Programa de Desenvolvimento Social de Povos e Comunidades Tradicionais da Sedes, Ana Placidino, explicou o objetivo dos seminários é cumprir três eixos: o fortalecimento institucional, tanto do governo estadual, como das redes de povos e comunidades tradicionais na Bahia, o acesso desses segmentos às políticas públicas e aos programas, ações e projetos do governo de forma ampla e a inclusão produtiva de, no mínimo, 75% dos povos e comunidades tradicionais.
Empoderamento - Muitos assuntos serão discutidos durante o seminário de povos de terreiro, como a intolerância religiosa, o racismo e outras formas de preconceito institucionalizadas. "O que nós temos conseguido é através de muita luta e garra. As pessoas de meu tempo sabem o quanto sofremos de humilhação. Tínhamos de esconder que éramos do Candomblé para não sermos perseguidos", disse a Mameto kya Nkisi ("Mãe de Santo", em Batu) Zulmira França, se referindo ao preconceito oficializado, que promoveu uma severa criminalização e perseguição policial nas três primeiras décadas do século XX contra os terreiros de candomblé. Segundo estudiosos da história do Povo de Santo na Bahia, essa foi uma determinação institucional declarada de eliminar da cultura baiana qualquer marca ou manifestação de africanidade. "Apesar de ainda existir manifestações de intolerância contra a nossa religião, hoje podemos dizer o que somos", considerou.
Assim como Zulmira França, outras lideranças e seguidores religiosos estarão no evento para traçar políticas que combatam a invisibilidade e a intolerância contra os povos de terreiro e que estas marcas não façam mais parte da história da Bahia.
O Programa - O Programa Povos e Comunidades Tradicionais tem o objetivo de garantir a inclusão social das comunidades tradicionais a partir do incentivo à produção de alimentos e geração de renda. Um dos principais parceiros é o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). São contemplados quilombolas, indígenas, população ribeirinha e de fundos e fechos de pastos, que se encontram em evidente situação de exclusão social e precariedade de vida. Esse quadro está expresso nos indicadores nutricionais dessas populações e na falta de acesso aos direitos sociais básicos, como saúde, educação, assistência social e alimentação.
sábado, 10 de outubro de 2009
Doutora Mãe Stella de Oxóssi
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Vamos caminhar juntos?
Há quatro anos caminhamos juntos.
Há quatro anos caminhamos pela vida e pela liberdade religiosa. Há quatro anos caminhamos com o CEN, com a Bahia, com as casas de Axé.
Agora, em 2009, caminharemos juntos com novos parceiros. Parceiros do país inteiro que, junto conosco, transformaram nosso caminhar na I Caminhada Nacional Pela Vida e Liberdade Religiosa. Caminharemos juntos com o Movimento Nacional Bantu (Monabantu), o Centro de Tradições Afro-Brasileiras (Cetrab), o Instituto Nacional da Tradição Afro-Brasileira (Intecab)..AFA, NAFRO, Fórum de Religiosos do Estado da Bahia e do Rio Grande do Sul.
Para nos dar força e Axé, nossos mais velhos e nossas mais velhas estarão conosco.
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Faixas brancas divulgam ação contra intolerância religiosa
A ação faz parte das atividades de Lançamento da 5ª Caminhada Pela Vida e Liberdade Religiosa, que vai ser realizada neste fim de semana na capital. A Alvorada foi lançada oficialmente na sede da Associação das Baianas de Mingau e Acarajé (Abam), que fica na Praça da Cruz Caída, no Centro Histórico de Salvador.
Fonte: Correio da Bahia
Salvador sedia preparativos para Caminhada
A caminhada vem sendo realizada desde 2005, mas pela primeira vez ganhou uma dimensão nacional. Estes três dias de encontro são para o acerto dos detalhes finais para a organização do evento.
Um dos temas, dentre os que serão debatidos neste período preparatório, é a campanha Quem é de Axé diz que é !, que pretende estimular a afirmação como religiosos de matrizes africanas nas perguntas do Censo 2010. Os números da profissão religiosa com estas características costumam ficar subdimensionados, pois o histórico de repressão ainda faz com que muitos religiosos de candomblé e umbanda não declarem sua real opção religiosa.
Hoje, a atividade é direcionada aos religiosos, com a realização de um ritual para Iroko e instalação de ojás ( panos brancos usados para demarcar território sagrado ) em árvores espalhadas por vários bairros de salvador.
Amanhã, durante a manhã e a tarde, ocorrerão os debates, abertos à participação de quem se interessar, a partir das 9 horas, no Memorial das Baianas, Centro Histórico de Salvador. No sábado, as atividades serão apenas pela manhã, a partir das 9 horas.
A caminhada está sendo organizada pelo Coletivo de Entidades Negras (CEN), apoiado por outras instituições como a Federação Nacional do Culto Afro-Brasileiro (Fenacab), Núcleo Afro da Polícia Militar (Nafro), dentre outras.