terça-feira, 30 de junho de 2009

Lançado na II Conapir o Forum Nacional da Religião de Matriz Africana


Em uma reunião histórica, ocorrida no último dia da Conferência, no momento em que eram votadas as propostas apresentadas nos grupos de trabalho, a grande maioria dos religiosos de matriz africana participantes da II Conapir, reuniram-se e decidiram pela criação do Forum Nacional da Religião de Matriz Africana.

A reunião, coordenada por Mãe Beata de Iemonjá, do RJ, (que, por sinal, comemorou seus 56 anos de processo iniciático nesta conferência) e por Mãe Silvia de Oxalá de São Paulo, que se posicionaram favoráveis ao Forum, seguiu com alguns incidentes mas, ao final, houve acordo político de que a questão não deveria ser levada para o Plenário da Conferência e, uma vez que aqueles que eram contrários recuaram na posição, a formalização da proposta praticamente se deu por consenso.

No geral o que foi proposto é que saísse dali, como efetivamente aconteceu, o indicativo da criação do Forum Nacional da Religião de Matriz Africana e que, num momento posterior, as maiores autoridades dos vários segmentos que compõem a religiosidade de matriz africana em nosso país, serão convidadas a decidir como este Fórum será estruturado.

Que se registre que esta não foi uma vitória pessoal, muito menos institucional, mas uma clara demonstração de que o povo-de-santo, quando age unido consegue o que quer, pois esta foi uma vitória clara e retumbante do povo-de-santo que se ressente de um espaço representativo próprio.

Axé, axé e axé!

Marcio Alexandre M. Gualberto
Coordenador Nacional de Política Institucional do
Coletivo de Entidades Negras - CEN - http://www.cenbrasil.org.br/
Editor dos sites Palavra Sinistra e Atentos à Mídia
Rede Social Religiosidade Afro-Brasileira - http://religiaoafro.ning.com/
Colunista de Afropress - Agência de Informação Multiétnica

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Candomblecistas exigem respeito na II CONAPIR

“Vamos fazer um candomblé no meio do Centro de Convenções!” Foi assim que um religioso de matriz africana incentivou o canto e a dança ao som do timbau na área de convivência da II Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial (II CONAPIR), no fim da tarde desta sexta-feira (26/06). O encontro reuniu cerca de 50 religiosos e chamou a atenção de muitas pessoas que passavam pelo local, que acabaram improvisando passos e entoando algumas músicas tradicionais.

A manifestação tinha dois propósitos: comemorar o aniversário de 56 anos de santo da Mãe Beata de Iemanjá, a mais antiga representante da religião no evento, e também alertar para a perseguição ainda sofrida pelos seguidores do candomblé. “Temos muito respeito pelos mais antigos e é uma alegria poder mostrar nossa cultura em um evento como esse”, disse Rômulo Miranda, representante do Paraná.

Entre as aqueles que pediam saúde à yalorixá e respeito da sociedade também estava Bira Diovolu, de São Gonçalo (RJ). Ele acredita que os 200 representantes do candomblé presentes na II CONAPIR devem insistir na defesa da consciência negra e na existência de religiões diversas. “Para nossa crença religiosa esse momento é um marco, mostra que o país está se desenvolvendo em relação à tolerância religiosa. Hoje temos liberdade de expressar melhor o que pensamos em relação à perseguição e ao racismo, e assim, combatê-lo”, concluiu.
Fonte: CEN

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Ministro Juca Ferreira reafirma o apoio do MinC a representações das religiões afro-brasileiras



O ministro da Cultura, Juca Ferreira, reuniu-se na manhã desta segunda-feira, 8 de junho, com representantes de religiões de matriz africana. O encontro aconteceu em Brasília, na sede da Fundação Cultural Palmares, e contou com a participação do presidente da FCP/MinC, Zulu Araújo.

Os grupos vieram pedir apoio do Ministério da Cultura para ações e projetos como o Fórum de Matrizes Religiosas Africanas, que deve acontecer em setembro, e a Caminhada do Povo de Axé. O objetivo dessas iniciativas é contribuir para uma maior visiblidade das manifestações e costumes herdados dos povos africanos, uma vez que a diversidade cultural do Brasil é marcada por esse legado.


Ministro Juca Ferreira
Ressaltando a importância dos cultos afro-brasileiros para a cultura do país, o ministro Juca Ferreira ofereceu o apoio necessário às organizações para o levantamento dos terreiros existentes. Ficou agendado, para o dia 25 deste mês, um novo encontro para o qual ele enfatizou que “tem que mobilizar, chamar também a Bahia, o Maranhão, todo mundo”.

Segundo a Mãe de Santo Ìyálorìsa Márcia d’Òsun, do Centro Espírita Ilé Ìyá Omidàyé Àse Obalayò, apenas em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, existem cerca de três mil terreiros cadastrados. Porém, ela lembra que não há levantamento quantitativo desses centros e de suas atividades, iniciativa fundamental para mapear problemas e propor soluções.

Ainda estavam representados no encontro, dentre outros, o Núcleo de Religiões Afro (NAFRO), projeto de iniciativa dos policiais militares da Bahia, e a Coordenação Amazônica da Religião de Matriz Africana e Ameríndia (CARMAA). Na oportunidade, Zulu Araújo presenteou os visitantes com uma publicação sobre o mapeamento dos Terreiros de Candomblé da cidade de Salvador.
Fonte: Minc